contraponto

contraponto
movimento estudantil

terça-feira, 31 de maio de 2011

O PNE e uma perspectiva da valorização dos educadores

O mandato popular do deputado Edmilson Rodrigues (PSOL) realizará uma importante discussão sobre o novo Plano Nacional de Educação e perspectivas da valorização dos profissionais do  educação em uma Audiência Pública de sua autoria que ocorrerá no dia 16 de Junho de 2011, às 14h, no auditório Dep. João Batista na ALEPA.

As discussões sobre o novo PNE já acontecem em nível nacional e ganhou reforço quando o MEC lançou para a sociedade e o Congresso Nacional uma proposta de Plano contendo metas e diretrizes para um Plano Nacional a vigorar para um período entre 2011 e 2020. Dentre as metas de novo plano está em discussão o polêmico investimento em educação, na lógica do MEC, 7% do Produto Interno Bruto - PIB progressivo até 2020, contra 10% da proposta da sociedade ser apliacador imediatamente, e na perspectiva de valorizar a política salarial dos profissionais da educação.
A Audiência Pública objetiva privilegiar um debate sobre um dos temas mais importantes da conjuntura educacional brasileira e contará com as presenças de renomados educadores em nível nacional, de diversas entidades de classe, sociais e de representantes do governo do Estado do Pará.

Nós estudantes temos que dar apoio, reconhecendo que os professores são base da educação, afirmando que nossos governantes não respeitam a classe dos educadores, por tabela contribuem para um sistema educacional cada vez mais falho, hipócrita e ineficiente. e
Os professores estão nas ruas em manifestações e exigências, nos estudantes, militantes do CONTRAPONTO propomos uma unificação das lutas para termos respostas às nossas necessidades que se completam.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

CATUR-ETÊ na UFPA

Notícias quentinhas de Belém do Pará
Eleição do CA de Turismo UFPA

Chapa 1 - contraponto e independentes = 134 votos


Chapa 2 - outra chapa e independentes = 83 votos
Brancos = 5
Nulos = 2
total de votantes = 224
Eleição proporcional



Sendo assim, nós do CONTRAPONTO iremos ajudar a construir esta nova gestão no Centro Acadêmico de Turismo na UFPA, com garra, honestidade e muita luta!



Depois de debates maravilhosos onde a Mara  e Carol foram para mesa defender a chapa 1, depois de ter nosso material de campanha boicotado (quem será que fez isso?), depois de encarar o desafio em que pela primeira vez disputamos uma chapa no CATUR, nós mostramos que a honestidade vence!

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Eleição CATUR-UFPA / Chapa 1 - CATUR-ETÊ


"A Chapa 1 - CATUR ETÊ:
Com honestidade no presente, a gente transforma o futuro.
Com a intuito de propor aos estudantes da Faculdade de TURISMO da UFPA uma nova forma de ver o seu Centro Acadêmico e por acreditarmos que o CATUR deve ir além do que vem sendo pautado por gestões passadas, sendo assim nós estamos motivados a inscrever a CHAPA 1 - CATUR-ETÊ, onde pleiteamos representar os interesses dos estudantes por meio da atuação nas mais diversas áreas, nas instâncias administrativas da Faculdade e nos espaços externos de discussão do Movimento Estudantil. Acreditamos que a renovação é necessária!

Diante da realidade e a consciência de que muito ainda poderá ser feito, dessa forma, firmamos o nosso compromisso, caso eleitos. Além de cumprir as propostas que serão apresentadas, também queremos primar pelo diálogo na construção da gestão, de modo a desenvolver novas ideias junto aos estudantes, fazendo com que este plano de gestão vá muito além do que hoje temos proposto. Estimulamos a participação coletiva por que queremos que todos sintam-se de fato, integrantes e representados pelo nosso CA!"
(parte do panfleto de apresentação da chapa)

Nós do CONTRAPONTO apoiamos a chapa 1 por reconhecer a necessidade da mudança e acreditar nos camaradas que querem construir um Centro Acadêmico transparente, autônomo e de luta, fazendo valer uma nova cultura política, onde nós fazemos a mudança política na prática porque "Nós devemos ser a própria mudança que queremos ver no mundo - Gandhi".

Sendo assim, no dia 24 de maio todos estaremos no debate das chapas no Bloco de Turismo às 11h e às 18h, onde novamente os estudantes terão a chance de expor suas propostas e defender suas ideias. E nos dias 26 e 27 serão realizadas as eleições do CATUR. Todos lá!

domingo, 22 de maio de 2011

Curralinho - Marajó - Pará


No dia 17 de maio em Curralinho, aconteceu uma manifestação promovida pelas escolas das redes municipal e estadual, protestando contra os altos índices de violência na cidade, principalmente contra crianças e jovens.
A manifestação pacifica também serviu como alerta para problemas como violência sexual, trafico de drogas e  Buling.
Estavam presentes cerca de 800 pessoas entre alunos, pais e populares, houveram pronunciamentos de autoridades como o Juiz, Secretário de Educação, Defensor Público, diretores e conselho tutelar.



Nós do CONTRAPONTO estávamos lá!
Por: Cleiton Gomes - Escola Estadual Prado Lopes / Grêmio Estudantil Edu Pereira Gê

sábado, 14 de maio de 2011

Resumão da semana de 9 a 13 de maio!

11 de maio:
Marcha da Educação - A educação quer mais!
Fonte: http://twixar.com/rG899DJmw
O Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará) realiza uma marcha pelas ruas de Belém na manhã desta quarta-feira (11), para reivindicar melhorias na educação pública do Estado. A ação faz parte de uma mobilização nacional dos trabalhadores em educação pública do Brasil que pedem a criação de um Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCR) para os professores, mais verba para educação pública e gestão democrática nas redes de ensino. 

12 de maio:
Dia de Barrar o Aumento - estado de mobilização permanente
Fonte: http://twixar.com/9Bqb
Cerca de 100 estudantes de escolas públicas, universidades e cursinhos particulares protestam, em frente ao Palácio Antônio Lemos, sede da Prefeitura de Belém, contra o aumento da passagem de ônibus. Eles chegaram a interditar a pista por cerca de 20 minutos.

Ao final do ato os estudantes em assembléia decidiram manter estado de mobilização permanente. Dia 17 de maio reunião do comando na IFPA às 18h!

Fonte: http://twixar.com/9lbfg7qJm
De acordo com ata oficial da Prefeitura Municipal de Belém, emitida no dia 29 de abril, ainda hoje haveria uma reunião na sede da CTBel às 9h, entre a Prefeitura e uma comissão formada por estudantes, mas a reunião foi cancelada. De acordo com a assessoria da prefeitura, a reunião não teria sido agendada junto ao Prefeito.

Declarado o aumento da passagem de ônibus aprovado em conselho e homologado pelo prefeito!
Fonte: http://twixar.com/S6qJdmGmS
Com 12 votos a favor e cinco contra, o Conselho Municipal de Transportes aprovou, na tarde de quarta-feira (11), a proposta da Companhia de Transportes do Município de Belém (CTBel), que prevê o aumento de 8,11% na tarifa do transporte público, elevando o preço da passagem de R$ 1,85 para R$ 2,00. Porém, a decisão, prevista para Belém e distritos de Mosqueiro e Cotijuba, ainda precisa ser homologada pela Prefeitura Municipal de Belém.

Fonte: http://twixar.com/voana5TS
O Prefeito de Belém, Duciomar Costa, homologou, na manhã desta quinta-feira (12), o novo valor da tarifa de ônibus de Belém. A aprovação aconteceu em cerimônia na Companhia Municipal de Trânsito (CTBel). O Prefeito acompanhou a proposta aprovada pelo Conselho Municipal de Transportes, de R$ 2,00 para a passagem e R$ 1,00 para a meia passagem.

Bilhete Único do Prefeito

Prefeito agora promete o bilhete único
Fonte: http://twixar.com/rG899DJmw
Em meio à possibilidade de aumento da passagem de ônibus, a superintendente da CTBel, Ellen Margareth, informou que o prefeito de Belém Duciomar Costa assinou, ontem (11), um decreto que prevê a implantação do serviço de ‘bilhetagem única’ no município. “O decreto delegou para que a CTBel faça os atos normativos da bilhetagem única”, disse.

Inicialmente, a superintendente disse que o serviço seria estendido a todos os passageiros do transporte público da capital. “Todos que tiverem acesso a ônibus vão ter que ter cartão”. Porém, posteriormente, disse que os detalhes do funcionamento ainda teriam que ser estudados.

Sem saber dar mais informações sobre como funcionará o serviço, ela afirmou apenas que o decreto prevê que o passageiro que precisar pegar dois ônibus no intervalo de duas horas seguidas, pagará apenas uma passagem. “A CTBel tem noventa dias para implantar o sistema”.


13 de maio:
Assembléia decide estado de Greve na Educação Estadual
Fonte: http://twixar.com/ooljKEuK
Os trabalhadores em educação de todo o Estado se reuniram em assembleia na sexta-feira, 13 convocada pelo SINTEPP para uma avaliação da proposta de mudanças no PCCR da categoria apresentada pelo Governo Jatene.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Só pode ser brincadeira da SETRANSBEL - R$ 2,21

O preço das tarifas de ônibus em Belém volta a ser foco de discussão. A CTBel convocou para a próxima sexta-feira (6), às 15h, uma reunião com o Conselho Municipal de Transporte de Belém para debater a questão do aumento de tarifa do transporte coletivo.
No final de fevereiro, a Setransbel solicitou o aumento da atual tarifa, que custa R$ 1,85, para R$ 2,15. Agora, o pedido de reajuste é que o valor passe para R$ 2,21. O último reajuste da passagem dos ônibus urbanos de Belém foi homologado pelo prefeito da capital paraense, Duciomar Costa, no dia três de fevereiro do ano passado.
Com a proposta de aumento para R$ 2,21 feita pela Setransbel, o Dieese/PA simulou o impacto do reajuste no bolso dos assalariados que utilizam o transporte coletivo de Belém. Na simulação, foi constatada que se a tarifa de R$ 2,21 fosse aprovada, significaria um reajuste de 19,31% sobre a atual tarifa.
Com o preço atual, uma pessoa que usa duas conduções diárias e não tem vale transporte, tem um gasto mensal de R$ 88,80, um impacto com gasto com passagens de 16,29% com relação ao salário mínimo vigente (R$ 545,00). Com a tarifa sugerida pela Setransbel, esse impacto subiria para 19,44%, um gasto mensal de R$ 105,95 somente com passagens de ônibus.
Segundo o Dieese/PA, se para efetuar o reajuste da tarifa de ônibus tivesse como base apenas a inflação (estimada pelo órgão em 8,47% desde fevereiro de 2010 até abril deste ano), o preço ficaria em torno de R$ 2,00, com gasto mensal de R$ 96,00. Neste caso o impacto em relação ao salário mínimo alcançaria  17,61%.
Com a simulação, o Dieese/PA concluiu que o pedido de aumento de tarifa feito pela Setransbel, além de pesar muito no bolso dos usuários, está além do poder aquisitivo da população.
(Soraya Wanzeller/DOL)
(http://twixar.com/haVED)

terça-feira, 3 de maio de 2011

CPI NA ALEPA - JÁ!!


Convite à todos os coletivos estudantis combativos que não aguentam mais as impunidades, os desgovernos que estamos enfrentando em nosso estado.
O movimento estudantil foi, está sendo e será a referência de luta no Brasil, em nosso estado não será diferente. TODOS JUNTOS NA LUTA!!
Quarta feira (04/05), 9h em frente a ALEPA! ATO PÚBLICO pra nossa política não acabar em pizza!

52º CONUNE


Contraponto no 52. CONUNE – veja como participar!

O Contraponto está organizando a sua mobilização pro 52 Congresso da UNE, que ocorrerá em Goiânia, de 13 a 17 de julho de 2011!
Este Congresso vai além de tirar a nova diretoria da entidade, debater os rumos de sua política. Enquanto Oposição de Esquerda na UNE, nós iremos no espírito de trazer a UNE de volta pras lutas, justamente nesse período tão importante de debate e votação no Congresso Nacional do novo Plano Nacional de Educação! Precisamos de um congresso que arme a juventude em torno das emendas populares ao Plano, e que lute contra o corte de verbas na educação e áreas sociais de 50 bi de reais promovidos pelo Governo Dilma.
Para participar, mande um e-mail paracontraponto.52conune@gmail.com ou responda aqui com e-mail, telefone, etc., de maneira que possamos entrar em contato.
CONTRAPONTO, rumo ao 52. Congresso da UNE! Oposição de Esquerda!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O movimento estudantil e a luta de classes







Haldor Omar - professor@omar.bio.br   
Sáb, 16 de Fevereiro de 2008 11:01
I - O MOVIMENTO ESTUDANTIL E A REVOLUÇÃO
Localizar o papel que cumpre o movimento estudantil no processo revolucionário requer que aprofundemos nossa compreensão das causas estruturais e das tendências dos fenômenos políticos e econômicos do sistema capitalista mundial.
01. Para que se possa posicionar que papel histórico poderá ser desempenhado por qualquer classe, setor ou camada social numa determinada sociedade, é preciso antes compreender que lugar ocupa esta classe, setor ou camada na organização de sua economia. Os estudantes, que se caracterizam especificamente pela atividade intelectual que exercem, fazem parte de um setor social - a intelectualidade - que não constitui uma classe por si, já que não ocupa uma posição própria no sistema de relações de produção.
02. E que relação há entre a intelectualidade e as classes sociais? Gramsci afirmava que "cada grupo social, nascendo de uma função essencial no mundo da produção econômica, cria para si uma ou mais camadas (de intelectuais) que lhe dão homogeneidade e consciência da própria função, não apenas no campo econômico, mas também no social e no político". Dessa forma, podemos distinguir dois tipos de intelectuais: os vinculados à classe dominante, que cumprem a função social de organizar política, econômica e ideologicamente a velha sociedade em declínio; e aqueles que emergem junto ao proletariado, refletindo nos campos da ciência e da ideologia os interesses históricos dessa classe, cumprindo o papel de organizá-la, educá-la e discipliná-la para a conquista do poder político e na execução de suas tarefas revolucionárias.
03. Como, em parte, já vimos na tese 01, o intelectual não possui ser de classe em si. Além do fato de ele não ocupar posição própria no sistema de relações de produção, o objeto de sua atividade - a teoria - possui uma relativa autonomia diante do sistema econômico. Adolfo Sanchez Vazquez, na sua "Filosofia da Práxis", alerta: "A prática mantém sua primazia em relação à teoria, sem que tal primazia dissolva a teoria na prática nem a prática na teoria. Por manterem uma e outra relação de unidade, e não de identidade, a teoria pode gozar de uma certa autonomia em relação às necessidades práticas, mas de uma autonomia relativa, porquanto, como vimos insistindo, o papel determinante corresponde à prática como fundamento, critério de verdade e finalidade da teoria".
O que quisemos demonstrar é que a intelectualidade, mais que qualquer outro ser social, possui relativa autonomia diante da realidade pré-existente. Apresenta-se-lhes duas possibilidades: vincular sua atividade intelectual à revolução proletária ou à manutenção da ordem. Só que, entre o intelectual e a efetivação de uma das possibilidades que se lhe apresentam, existem três condicionamentos: atração da burguesia, repulsão da burguesia e atração do proletariado.
ATRAÇÃO DA BURGUESIA - o intelectual liga-se à classe dominante normalmente por conta de sua origem social, pela sua própria formação e porque esta classe detém as condições de lhe proporcionar os meios materiais para adquirir e desenvolver sua formação intelectual e profissional.
REPULSÃO DA BURGUESIA - com o agravamento da contradição RELAÇÕES DE PRODUÇÃO X FORÇAS PRODUTIVAS, a ordem burguesa torna-se um entrave ao desenvolvimento das forças produtivas da humanidade, das quais a ciência é parte integrante. Dessa forma, os interesses de classe da burguesia não satisfazem mais às necessidades específicas de conhecimento da realidade que têm os intelectuais. Como a burguesia, limitada por seus interesses, não consegue mais desenvolver a economia (as contradições do modo de produção capitalista lhe aprisionam numa crise insolúvel), não pode, portanto, impulsionar o conhecimento humano - na extensão das necessidades da humanidade - sobre a natureza e a vida social. No Brasil, o entrave imposto às forças produtivas pelas relações de produção, se materializa na dependência técnico-científico.
ATRAÇÃO DO PROLETARIADO - cada novo modo de produção, ao substituir o anterior, cria campo e possibilidade fundamentalmente novas para o crescimento das forças produtivas da sociedade. Assim, ao cumprir sua missão histórica de superar a contradição fundamental do capitalismo (produção social X apropriação individual), o proletariado impulsiona o desenvolvimento das forças produtivas, fazendo necessário uma sistematização mais ampla e profunda da realidade (natureza e sociedade). É isto que fundamentalmente atrai a intelectualidade para o campo da revolução, porque vê nela a possibilidade de desenvolver de forma livre e criadora suas aptidões. Naturalmente que, durante maior ascenso da luta de classes é também maior a atração do proletariado sobre a intelectualidade.
Uma observação que se faz necessária é que entre a repulsão da burguesia e a atração do proletariado há um limite fluido, como há entre a NEGAÇÃO e a AFIRMAÇÃO. São, portanto, instantes diferenciados e próximos de um mesmo processo. Segundo Lenin: "Nossos estudantes não poderiam estar agrupados de outra maneira porque são parte dos intelectuais que reagem mais vivamente, e os intelectuais devem precisamente o nome de intelectuais ao fato de refletirem e exprimirem mais conscientemente, mais resolutamente e mais fielmente o desenvolvimento dos interesses de classe e dos agrupamentos políticos de toda a sociedade".
04. O movimento estudantil caracteriza-se fundamentalmente como um movimento organizado de uma importante e ativa parcela da sociedade, a intelectualidade. O que, principalmente, liga o conjunto dos estudantes entre si é a atividade intelectual que exercem em comum. É sob este prisma que os marxistas devem encarar sua atuação no Movimento Estudantil. Como Lenin assinalou, devemos procurar a explicação para as tendências políticas "inovadoras" dos estudantes nas "condições reais da vida social" e não no "desinteresse e a pureza de intenções, a força das motivações idealistas da juventude". São nas condições reais da vida social que se verifica uma contradição indissolúvel entre o poder do capital e as outras camadas, muito vastas e heterogêneas, da população.
05. Historicamente, é colocado para o ME uma divisão política clara em alguns grupos, quais sejam:
a) A MASSA INDIFERENTE;
b) OS ACADEMICISTAS - preocupados exclusivamente com atividades na esfera acadêmica;
c) OS REACIONÁRIOS - contra qualquer tipo de movimento e organização;
d) OS MILITANTES - neste campo encontramos várias matizes de revolucionários e reformistas.
Não poderia ser diferente a realidade do movimento estudantil; afinal, pelo mecanismo da luta de classes, já mostrado no campo da luta teórica, os estudantes tendem a assumir posições de classes diferenciadas - a divisão política dos estudantes reflete sempre a divisão política que se verifica na sociedade. Nosso dever é lutar para que fique cada vez mais delimitado e consciente tal divisão. "A divisão de classes é sempre a base mais profunda do surgimento de grupos. Esta base só fica mais às claras quando se aprofunda a luta de classes" - Lenin.
06. Engels nos alertava de que a luta de classes, pela complexidade que assume, dá-se em três campos: o econômico, o político e o ideológico (teórico). Nenhum desses campos pode ser, em qualquer momento, subestimado ou absolutizado, exercendo no seu conjunto papel fundamental na conquista do lugar de vanguarda que cabe à classe trabalhadora diante de outras classes e setores sociais progressistas. É neste sentido que encaramos o ME como um movimento que se coloca como campo privilegiado para a luta teórica. Não podemos, no entanto, absolutizar esta questão. A contradição mais geral que há entre a intelectualidade e a classe dominante (a "repulsão da burguesia") se materializa nesta parcela específica da intelectualidade - os estudantes - na incapacidade crescente do capitalismo de conter o desemprego e manter a Universidade (repassar o conhecimento e criar novos), por um lado, e a resistência do Movimento Estudantil, por outro. Assim, o trabalho entre os estudantes assume também um caráter de movimento de massa. Sobre essa questão, Lenin assim resumia o ponto de vista marxista acerca do movimento estudantil: "Em primeiro lugar, difusão das idéias socialistas entre os estudantes e luta contra as opiniões que, ainda que tenham o nome de "socialistas-revolucionárias", nada têm de comuns com o socialismo revolucionário. Em segundo lugar, vontade de alargar, de tornar mais consciente e mais determinado todo o movimento democrático, incluindo o movimento estudantil academista, no seio dos estudantes".
07. O movimento estudantil cumpre na revolução importante papel, a partir de três aspectos:
- Em primeiro lugar é preciso compreender que no ME, são particularmente fluidas as fronteiras entre as lutas econômica, política e ideológica;
- O ME, a partir da intervenção correta dos marxistas nele, cumpre papel na disputa dos intelectuais com a burguesia, vinculado-os às lutas do proletariado;
- Divulgar e debater o marxismo e aprofundar a luta ideológica;
- Criar um poderoso movimento de massas e levá-lo ao confronto com a ordem política e econômica burguesa a partir do combate ao desemprego, à exclusão e à política educacional do capital.
II - UNIVERSIDADE E A LUTA DE CLASSES
Identificando o ME como um setor organizado que tem como característica específica a atividade intelectual (tendo como principal tarefa diante da revolução a luta ideológica) e de um grande potencial de luta política e econômica, cabe-nos agora identificar precisamente o campo específico no qual isso ocorre, suas possibilidades e limites: a Universidade.
08. A toda formação socioeconômica é necessária a reprodução das forças produtivas e das relações de produção. Trata-se da própria reprodução da formação social.
Quanto às forças produtivas (meios de produção e força de trabalho), verificamos que, por um lado, os meios de produção têm sua reprodução garantida pelo próprio processo de produção; a força de trabalho, por outro lado, tem sua reprodução garantida fundamentalmente fora do processo produtivo, assegurada materialmente através do salário. O salário, assim, torna-se indispensável à reconstituição das energias gastas pelo operário (comer, vestir, morar, voltar no dia seguinte à fábrica) e a própria reprodução da espécie (alimentação e educação dos filhos), através da qual o proletário se reproduz como força de trabalho.
09. Em 1890, numa carta à Joseph Bloch, Engels afirmava que "... segundo a concepção materialista da história, o momento em última instância, determinante, na história, é a produção e reprodução da vida real. Nem Marx nem eu alguma vez afirmamos mais. Se agora alguém torce isso (afirmando) que o momento econômico é o único determinante, transforma aquela proposição numa frase que não diz nada, abstrata, absurda. A situação econômica é a base, mas os diversos momentos da superestrutura - formas políticas da luta de classes e seus resultados - exercem também a sua influência sobre o curso da luta histórica determinando, em muitos casos predominantemente, a forma delas. Há uma ação recíproca de todos os momentos".
Notamos aqui que:
a) a base econômica determina em última instância a superestrutura. "A formação material dominante vem a ser a formação espiritual dominante";
b) existe uma relativa autonomia da superestrutura; e que esta realiza uma ação de retorno sobre o seu determinante material, a base econômica.
10. A reprodução das relações de produção é a reprodução constante do trabalhador como proletário (ou seja, sua qualificação técnica e sua educação para a aceitação do "status quo") e a do seu antagônico de classe (ou seja, a qualificação do empresário para administrar, planejar, pensar a produção etc., e sua capacitação ideológica para a defesa da ordem, a consciência de classe).
Se é verdade que as relações de produção são parte constituinte da infra-estrutura da sociedade, da mesma forma a reprodução das relações de produção, ocorrem em grande parte na superestrutura. Embora a reprodução das relações de produção se dê principalmente na infra-estrutura, é esta função mesma que justifica a superestrutura. Insistindo: a superestrutura deve ser pensada a partir da sua função principal de reprodução das relações de produção.
Numa sociedade de classes antagônicas, em que essas "travam uma luta ininterrupa, umas vezes oculta, aberta outras", como afirma Marx no Manifesto, as relações de produção não ocorrem sem conflitos. Isso determina que a reprodução das relações de produção ocorra também conflituosamente. Assim, os campos onde se dão a reprodução das relações de produção (a infra-estrutura e a superestrutura) são campos de contradição, de luta de classes.
11. A Universidade vem a ser um instrumento de reprodução da força de trabalho e das relações de produção. É uma instituição burguesa (no sentido de que serve hegemonicamente aos interesses da burguesia) que prepara os homens necessários (de diversos níveis: administradores, economistas, funcionários médios etc.) tanto na qualificação técnica como na ideológica. Ela concorre não só pra isso, como também para a formação dos agentes da repressão (os futuros homens de estado, os dirigentes políticos etc.) e os profissionais da ideologia (os educadores, filósofos, cientistas sociais etc.).
12. As relações de produção que são reproduzidas na Universidade são, como pode parecer óbvio, as relações de produção que objetivamente já existem como economicamente dominantes. No entanto, a existência de qualquer relação de produção não garante por si só a sua reprodução. É necessário, portanto, que a classe que se coloca como economicamente dominante (graças à própria predominância de tais relações de produção), possuindo o poder de Estado, dirija o conjunto dos aparelhos de Estado (a partir do aparelho repressivo) para que essas relações de produção possam ser reproduzidas e - como é o caso da Universidade - se crie condições para que a própria reprodução tenha continuidade.
A Revolução é então o momento em que, a partir das contradições objetivamente acumuladas no modo de produção, a classe social e seus aliados, que têm interesses em transformar as relações de produção, toma o poder de Estado e impede a reprodução das relações de produção até então dominantes, impondo as transformações na infra e na superestrutura necessárias para isso.
13. A Universidade - por reproduzir as condições necessárias à reprodução das relações de produção - aparece, assim, dialeticamente, como um campo privilegiado da luta ideológica, no qual os seus espaços de contradição possibilitam a difusão ampla das idéias marxistas e a possibilidade de acúmulo político-ideológico não só para a tomada do poder pela classe trabalhadora, como também para a construção e organização do socialismo.
(*) Adaptado a partir de um documento do extinto PLP - Partido da Libertação Proletária.
Haldor Omar
professor@omar.bio.br
Executiva Municipal do PSOL – São Bernardo do Campo